Dassault rebate ataques de concorrentes
Empresa francesa nega ter oferecido Rafale por metade do preço à Índia
Denise Chrispim Marin
As desvantagens do preço e do custo da hora de voo do Rafale teriam sido apontados no relatório da FAB de setembro de 2009. O mesmo relatório colocou o caça francês no terceiro e último lugar da concorrência e deu munição à Boeing, fabricante do F-18, e à Saab, do Gripen. A assessoria de imprensa da Dassault reiterou o compromisso do presidente francês, Nicolas Sarkozy, de que o preço de venda do caça Rafale ao Brasil será compatível ao de entrega à Força Aérea da França.
No último dia 7, um novo relatório foi entregue pelo Comando da Aeronáutica ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. Seu conteúdo é mantido sob sigilo. Concentrado na tragédia do Haiti, Jobim ainda não apresentou sua conclusão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tomará a decisão final sobre a compra dos caças. Entretanto, colaboradores do presidente asseguram que a escolha já foi tomada: será o Rafale, por se encaixar em um projeto maior de defesa do governo, que envolve uma parceria estratégica com a França.
ÍNDIA
Ontem, a Dassault contestou as versões de que estaria fora da concorrência aberta pela Força Aérea Indiana (IAF) e de que sua oferta de preço para a Índia seria quase a metade da apresentada ao Brasil. A empresa alegou que não há definição oficial do valor total da concorrência ? extraoficialmente, avalia-se que chegará a US$ 10 bilhões. O Ministério da Defesa confirmou ontem que o valor dependerá da escolha a ser tomada e que não foi definido um teto.
Depois, a Dassault reconheceu que, em abril de 2009, foi excluída da concorrência da IAF. Mas, em maio, pôde voltar à disputa, que ainda está em fase de avaliação técnica. O governo indiano observa o processo de decisão brasileiro.
Por fim, a Dassault explicou que, em cada contrato de venda, a dimensão do estoque de peças de reposição e o período do apoio logístico variam, conforme os requisitos do comprador, e alteram o cálculo do preço final. De acordo com essa argumentação, comparações ligeiras não seriam confiáveis.
FONTE: O Estado de São Paulo, via Notimp
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