Um passo maior do que as pernas?
Além dos F-5, a FAB tem 12 Mirage 2000C, que também foram comprados de segunda-mão da França. Esses aviões tem pouco tempo de vida útil pela frente e foram comprados para tapar o buraco deixado pela desativação dos Mirage IIIEBR.
A frota de caças da FAB está envelhecida e os F-5, mesmo com aviônica de quarta geração, não vão durar para sempre.
Está nas mãos do Governo agora a decisão pelo novo caça que deverá substituir os Mirage 2000C, os F-5M e mais tarde os AMX. O ideal seria uma aeronave que pudesse ser comprada em maior número possível, e que pudesse voar ao menos o mínimo de horas anuais necessárias para manter a proficiência dos pilotos. Mas, de preferência, deveria voar mais do que as insuficientes horas que se voa atualmente na FAB, visando torná-la uma Força mais competitiva nos cenários atuais e futuros.
Nunca houve combustível sobrando na FAB, a não ser para os jatos usados para o transporte de autoridades – essa é uma realidade que também precisa mudar.
Agora que uma maior parcela da sociedade está ciente do Programa F-X2, por bem ou por mal, é preciso que o Governo avalie muito bem que escolha fará, para que não dê um passo maior do que as pernas. Todos os 3 aviões finalistas cumprem a missão requerida pela FAB, mas um deles é muito mais caro, tanto para comprar quanto para voar. Será um salto orçamentário gigantesco para a Força, que sobrevive com caças de segunda-mão e que, ainda por cima, há anos voam menos do que o necessário.
Se o Governo comprar a aeronave que se encaixa na Aliança Estratégica, o que muito provavelmente ocorrerá, que se dê as garantias de que o avião poderá ser comprado nas quantidades adequadas e que possa ser voado minimamente. Ou melhor, maximizadamente.
Os governos passam, “alianças estratégicas” terminam, mas a FAB continuará e é ela quem vai operar o caça selecionado pelos próximos 30 anos.
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