Enquanto acompanhamos as notícias sobre o F-X2, que ainda não faz um pouso seguro, um programa internacional e bastante complexo passa por turbulências. É o Airbus A400M, cujo protótipo recentemente realizou o primeiro voo, e que está ao mesmo tempo “tão perto e tão longe” de entrar em produção. Segundo a AFP, na última quarta-feira (dia 6 de janeiro de 2010) a França insistiu em que a produção do transporte militar deve ir adiante, ao passo que a Alemanha se mostra pouco disposta a colocar mais dinheiro nesse projeto que está bastante atrasado.

O Ministro da Defesa da França, Herve Morin, disse que o programa deve prosseguir, em resposta a uma sinalização de que a diretoria da Airbus quer desistir, e insiste para que os países clientes dividam os custos extras não programados – seriam necessários, segundo o Ministro, 5 bilhões a mais em relação aos 20 bilhões de euros do programa de 180 aeronaves. Em entrevista televisionada nesta quarta-feira, Morin ressaltou que todos os esforços tecnológicos na areonave, que deve ser completada. Antes, já teria dito que a saída do projeto cotado em 20 bilhões de euros seria uma jogada da EADS para reforçar sua posição em operações de financiamento, e teria apontado suas críticas para o governo alemão, que estaria relutante em dividir os custos.

Para Morin, as declarações da diretoria da Airbus, relativas a terminar o projeto, seriam formas de pressionar esse governo – segundo a AFP uma fonte próxima ao Ministro da Defesa alemão teria dito ao jornal Handelsblatt que estaria fora de questão para a Alemanha pagar mais do que os 650 milhões extras estipulados em contrato. O Ministério da Defesa alemão (que encomendou 60 aeronaves por seis bilhões de euros) teria informado também, na quarta-feira, que pretende chegar a um acordo com a Airbus, mas negou-se a dizer se iria injetar mais dinheiro.

O Ministro da Defesa da Turquia, país que também participa do programa do A400M, teria dito a uma Agência de Notícias de Anatólia que não deseja ver o projeto cancelado, e nem reduzido o número de aeronaves a serem adquiridas (a Turquia planeja adquirir 10 A400M), mas que também não pode ultrapassar valores aprovados pelo parlamento para o programa.

O analista de assuntos aeroespaciais Howard Wheeldon, da London stockbrokers BGC Partners, espera que os países cheguem a um acordo, apesar da posição alemã. Segundo a AFP, na terça feira ele teria escrito que o término do programa significaria que, em poucos anos, os países envolvidos no programa não poderiam cumprir suas obrigações com a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). “Depois de ir tão longe, seria simplesmente ridículo para os governos caírem fora.”

FONTE: AFP, via yahoo news    

FOTOS (do primeiro voo e pouso do A400M): Airbus Military

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