A-10 e seu Gatling: audaciosamente indo onde nenhum Vulcan de F-16 pode ir

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No último dia 30 de dezembro, em um informe sobre a capacidade do 354º esquadrão expedicionário em manter seus A-10 de prontidão 24/7 (24 horas por dia, 7 dias por semana) no Afeganistão, a USAF deu a dica sobre um diferencial importante da aeronave naquele Teatro de Operações: a sua precisão operando o canhão Gatling em apoio aproximado.

Em outubro, segundo a USAF (Força Aérea dos Estados Unicos) forças de operações especiais estavam sendo alvejadas numa noite por insurgentes em uma torre a aproximadamente 20 metros de distância. As tropas “amigas” e “inimigas” estavam muito próximas umas das outras para que aeronaves F-16 pudessem abrir fogo contra a torre com seus canhões Vulcan de 20 mm à noite. A tarefa coube aos A-10 Thunderbolt II do esquadrão, utilizando seus canhões Gatling de 30mm, originalmente concebidos para colocar blindados fora de combate.

Segundo o comandante do 354º, o Tenente-Coronel (Lt. Col.) Michael Millen, “nenhum outro avião de combate em ação por aí pode disparar seu canhão ou qualquer outra arma num raio de 50 metros de tropas amigas. Isso foi um bom trabalho de nossos pilotos.” Falando neles, nos últimos seis meses os pilotos da unidade voaram 2.500 surtidas no Afeganistão, mais do que o dobro do que voam onde originariamente estão baseados, em Davis-Monthan Air Force Base, Arizona. “Os pilotos e mecânicos estão produzindo duas vezes mais do que produzimos quando em nossa base, o que é digno de nota”, completou o comandante.

Mais de 400 situações de tropas em contato com o inimigo foram apoiadas pelos A-10 do esquadrão. Outra situação destacada foi quando, em julho, um comboio de operações especiais caiu em uma emboscada. Tanto o comboio quanto as aeronaves teriam sido alvejados, segundo a USAF, por fogo pesado de metralhadoras e RPGs (granadas propelidas a foguete –  rocket-propelled grenades), além de disparos de armas de menor calibre. Para complicar ainda mais a situação, os pilotos do 354º enfrentaram também teto baixo, chuva e pouca visibilidade. Segundo o Tenente-Coronel Miller, “os pilotos tiveram que voar muito baixo para visualizar as forças amigas e encontrar o inimigo para, a partir daí, eliminar a oposição de modo que o comboio não sofresse mais baixas.”

O Tenente-Coronel também elogiou, no informe, a capacidade dos mecânicos em rapidamente preparar oito aeronaves para protejer tropas no Combat Outpost Keating  após um ataque realizado em outubro. Assim, pode-se manter os A-10 sobre a área por 16 horas aproximandamente, com oito areonaves sendo empregadas em um mesmo momento e duas em alerta.

O 354º esquadrão foi desdobrado para Kandahar em julho de 2009, para prover apoio aéreo na região bastante povoada de Helmand, o que traz dificuldades ao emprego do Poder Aéreo, devido à grande quantidade de casas e de habitantes, no que se refere à diferenciação de forças amigas e inimigas, e destas últimas em relação à população. Segundo o comandante, “em casa, se eu não estou satisfeito com minha pontaria, devo treinar e praticar novamente, mas lá fora, se você não atinge seu alvo quando deveria atingir, então alguém das forças de coalizão morre. Essa é a maior diferença, perceber quando seu treinamento acabou e você está começando a realizar o seu trabalho.”

FONTE / FOTOS: USAF

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