Tenente-Brigadeiro Paulo Victor da Silva: o adeus a um audaz ‘bandeirante’
O falecimento dele, aos 88 anos de idade, no Rio de Janeiro, neste domingo, dia 27 de dezembro, deixa consternada toda a instituição. O corpo será velado no Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR) até as 10h do dia 28. Em seguida, será trasladado em uma aeronave C-97 Brasília da FAB para a cidade de São José dos Campos (SP), lugar especial em que construiu parte de sua história como diretor do CTA. O corpo do oficial-general também será velado no auditório Lacaz Netto do ITA. No final da tarde, segue para o cemitério Parque das Flores, onde será cremado.
De acordo com pesquisadores, foi o esforço do militar (que dirigiu o CTA de 1966 a 1973, já como Brigadeiro-do-Ar) que tornou o projeto do Bandeirante viável, descortinando o potencial da Embraer. “Uma vez concluídos os protótipos da aeronave, surgia um novo desafio: a produção seriada e a comercialização. Nessa fase, a figura brilhante de um dos pioneiros diplomados pelo ITA em 1953, o brigadeiro-do-ar Paulo Victor da Silva, na época diretor-geral do CTA, conseguiu consolidar as providências para a criação da Embraer”, explicou a pesquisadora Maria Cecilia Spina Forjaz, mestre em sociologia e doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo. “O apoio do Brigadeiro Paulo Victor da Silva, chefe do CTA, foi importantíssimo”, considerou o professor Luiz Coelho Neto, em sua dissertação de mestrado pela UFRJ a respeito da criação da Embraer.
O Tenente-Brigadeiro Sérgio Ferolla, um dos fundadores do ITA, ex-ministro do STM, também considerou a atuação de Paulo Victor decisiva. “Foi ele que pegou a bandeira, criou uma equipe. Foi ele que foi a Brasília viabilizar a indústria aeronáutica, viabilizar a encomenda de Bandeirante”, exemplificou .
Foram inúmeras as homenagens, condecorações e medalhas que tentaram fazer justiça ao homem que marcou a trajetória profissional de uma forma tão singular. Ele, que não parou de pesquisar, inovar, empreender, deixa uma saga incrível aos que o sucederam, uma verdadeira homenagem à história da aviação brasileira. Ficam intocadas mensagens de que nenhum sonho é impossível e de que deve-se buscar os objetivos de forma determinada. Um dos grandes “bandeirantes” audazes do azul deixa o legado imensurável do homem pioneiro, atuante para integração e desenvolvimento nacional.
FONTE: CECOMSAER / IMAGENS: Arquivo Embraer
SAIBA MAIS: