Crise nos Emirados pode cancelar aquisição do Rafale

País árabe encontra-se mergulhado em uma séria crise financeira

Uma das maiores possibilidades de venda do caça francês Rafale parece estar se fechando, pelo menos por um determinado tempo. Mergulhado em uma crise financeira, os Emirados Árabes Unidos dificilmente terão recursos para a compra de um novo caça.

A Dubai World, uma empresa de investimentos estatal de Dubai, pediu nesta quinta-feira aos seus credores um prazo de seis meses para pagar suas dívidas que totalizam U$59 bilhões. Em tese, foi declarada uma moratória.

Não se trata de uma crise pequena. Ela já afetou boa parte do mundo financeiro. Na madrugada desta sexta-feira (27/11) os mercados asiáticos tiveram fortes baixas e já pela manhã as bolsas européias sinalizavam baixas expressivas. Este evento, justificam os analistas financeiros, é fruto da moratória declarada pela Dubai World.

Dubai é um dos sete emirados que compõem os EAU (Emirados Árabes Unidos). Localizado no Golfo Pérsico, o país encontra-se em uma região de grandes tensões e de vizinhos militarmente poderosos.

Além da questão da crise financeira, os EAU possuem uma Força Aérea de dar inveja a muitos países. Dotada de modernos aviões de caça e em grande quantidade, os EAU não necessitam de substitutos ou complementos. A principal força de ataque daquele país do Golfo Pérsico é formada por quase 150 caças modernos do tipo F-16 e Mirage 2000.

O F-16 é o principal caça dos EAU, tanto em quantidade como em qualidade. O modelo em uso pelo pais é o “Block 60”, um dos mais modernos F-16 existentes no mundo. Foram adquiridas 79 aeronaves, incluindo 24 bliplace F (há relatos de que um avião foi perdido em 2006).

Além dos F-16 existem cerca de 70 Mirage 2000. Estes estão entre os Mirage 2000 mais avançados do planeta. Além dos 32 Mirage 2000-9 comprados novos em 1998, perto de três dezenas de Mirage 2000 mais antigos também foram atualizados.

Como se pode ver, o equipamento aéreo é bastante moderno e o principal problema do país é encontrar pilotos devidamente qualificados para voá-los.

Os EAU manifestaram recentemente a possibilidade de abrir mão da compra do Rafale para a aquisição de um caça de 5ª geração. No entanto, este anúncio pode ser interpretado como um sinal de que as condições financeiras do país já não eram boas e que a compra de qualquer caça seria adiada para uma oportunidade melhor.

Deve-se destacar que o Rafale não foi excluído das preferências dos EAU. O que ocorre é que a crise atual não permitirá a aquisição do mesmo em um curto período.

LEIA TAMBÉM:

FOTOS: Defensedailyindustry

Publicidade

wpDiscuz