Suécia procura Sarney para defender Gripen
Tolgfors disse que a Suécia não procura um “cliente” para vender os aviões, mas “um parceiro de longo prazo”. O ministro disse que o objetivo do governo da Suécia é firmar uma parceria longa com o Brasil com o objetivo de produzir, em solo brasileiro, futuras aeronaves de combate com a tecnologia sueca.
“Estamos oferecendo total transferência de tecnologia para o Brasil, para que o país tenha a sua própria base tecnológica no futuro para o desenvolvimento de aviões”, afirmou após o encontro com Sarney. O presidente do Senado é um dos integrantes do Conselho de Defesa Nacional, que deve decidir o país vencedor da concorrência para a venda dos caças.
Na proposta encaminhada ao governo brasileiro, a empresa sueca Saab ofereceu a produção de avião caça monomotor Gripen. As empresas concorrentes, Boeing (EUA) e Dassault (França), criticam o fato da aeronave possuir apenas um motor, o que automaticamente baixaria os custos do caça.
Tolgfors disse que a proposta sueca prevê uma oferta de “caças mais eficientes” a baixo custo. “Se você olha para o preço, mas também para o nível de tecnologia oferecida e o ciclo de vida doas caças, isso torna os nossos aviões mais competitivos. Com isso, eles acabam custando metade do preço”, afirmou.
No início de novembro, o diretor da empresa francesa Dassault no Brasil, Jean Marc Merialdo, classificou de “falta de compostura” informações divulgadas pela Gripen e Boeing (EUA) contra o avião francês Rafale –que custaria 40% a mais as demais concorrentes.
A Dassault, porém, manteve em sigilo o preço de cada aeronave que seria vendida ao Beasil. “Respeitamos o termo de confidencialidade que assinamos com a Força Aérea Brasileira, o que deveria ter sido feito pelos outros concorrentes. Vimos a informação de que a proposta do Rafale seria 40% mais cara que do F-18 [Boeing]. Essa informação não tem fundamento”, afirmou Merialdo
Apesar de não falar em valores, Merialdo desmentiu rumores de que o avião sueco Gripen custaria a metade de cada Rafale. Na tentativa de minimizar a proposta da Suécia, Merialdo disse que seriam necessários dois Gripen para executar a mesma missão de um Rafale. Há especulações de que o valor inicial seria de 98 milhões de euros por aeronave vendida ao Brasil, mas a Dassault não confirma a informação.
“Não é correto comparar valores de caças de classes diferentes. O Gripen é um monomotor da classe Mirage 2000, de classe diferente do Rafale, seu sucessor. O Rafale é bimotor que traz mais segurança e capacidade operacional superior. A depender da missão, são necessários dois Mirage 2000 para executar a missão de um Rafale”, disse Merialdo na ocasião.
FONTE: Folha Online FOTO: copyright Gripen International
NOTA DO EDITOR: o título original, “Suécia procura Sarney para defender que Brasil escolha caças Gripen para a FAB” foi reduzido para publicação no Blog