O 23 de novembro é a prometida data da divulgação do resultado da concorrência dos caças, coroando uma artimanha do presidente Lula: é o dia da chegada do presidente do Irã a Brasília.

Toda a imprensa nacional e internacional estará concentrada no iraniano que desafia os Estados Unidos. O anúncio do resultado dos caças ficará em segundo plano. Ainda deverá colocar o comandante Juniti Saito para anunciar, blindando-se. Não é esperto esse Lula?

Em Paris, há de ter dito a Sarkozy: contenha os seus radicais que eu conterei os meus. Os radicais franceses são a Dassault, que queria aumentar o preço dos caças,estimulada pelo amplo favoritismo, o que provocou engulhos na FAB. Os radicais brasileiros estão na FAB e na Embraer, subitamente tomadas de paixão pela proposta sueca que garante o projeto 100% desenvolvido aqui.

Com uma chamada à razão em Serge Dassault por Sarkozy, tudo se resolveu por lá. Um novo rebaixamento do preço final de cada Rafale brindou a vulcânica passagem de Lula por Paris. Os radicais brasileiros estão de namoro com a sueca Saab e flerte com a Boeing. Mas foram chamados à razão do planalto: a inserção estratégica do Brasil no mundo, falando francês – aquela que o ministro Nelson Jobim nos vendeu e que lhe esta dando dores de cabeça nas relações com a Aeronáutica – nos obriga a essa compra faraônica. Até o dia 23, vão ser 6 longos dias. Os mais longos da vida de Jobim.

FONTE: Carta Polis

wpDiscuz