Queda do Caravan: piloto perdeu potência do motor

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Acionamento do ELT foi fundamental para o resgate dos sobreviventes

O tenente Carlos Wagner Ottone Veiga, piloto do aeronave que caiu no Amazonas, disse que conseguiu acionar o instrumento de localização de emergência antes da queda do avião da FAB. A aeronave caiu quinta-feira, quando seguia de Cruzeiro do Sul (AC) para Tabatinga (AM), com 11 pessoas a bordo. Nove sobreviveram e foram resgatadas. No sábado, o corpo de João de Abreu Filho, funcionário da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), foi encontrado dentro da aeronave por mergulhadores da equipe de resgate. O corpo do suboficial Marcelo dos Santos Dias foi encontrado anteontem, perto da aeronave acidentada.

Segundo Veiga, depois da decolagem, o avião foi nivelado a 3 mil metros acima do solo. Depois de 50 minutos de voo houve perda de potência e a temperatura do motor subiu muito rápido. “Não chegou a parar. Lembramos de acionar o instrumento de localização de emergência e optamos por fazer um pouso forçado. Ou fazíamos na selva ou no rio e a decisão da tripulação foi fazer no rio”, disse Veiga.

Depois do pouso, o piloto conta que a tripulação fez uma rápida contagem das pessoas que estavam na água. “A aeronave flutuou pouco tempo e começou a afundar muito rápido. Contamos 10 pessoas que saíram, mas infelizmente o senhor João Abreu, da Funasa, não conseguiu. Não houve tempo de ajudá-lo, porque tínhamos que auxiliar aqueles que estavam na água”, disse.

Índios A tripulação, segundo o piloto, orientou as vítimas a nadarem para a margem do rio. “Alguns sabiam nadar, mas outras não. Tivemos de auxiliar alguns dos sobreviventes”, disse Veiga. Depois da primeira noite na selva, o grupo escutou o barulho de uma aeronave. “Nesse momento, tínhamos certeza de que seríamos resgatados. Fizemos a sinalização com bolsas laranja e fumaça. A felicidade foi muito grande”, disse. O piloto disse que durante o período na selva o grupo não teve contato com índios. Segundo Veiga, todos foram orientados a sair pela porta de trás, mas ele resolveu sair pela frente.

O corpo do suboficial Marcelo dos Santos Dias foi enterrado por volta das 17h40 de ontem, no Cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, Baixada Fluminense. A cerimônia teve caixão fechado, coberto com a Bandeira do Brasil, e contou com a presença de vários oficiais da FAB, inclusive o comandante do 7º Esquadrão de Transporte Aéreo (ETA) de Manaus, coronel Márcio Ferreira. O enterro foi marcado por muita emoção de parentes e amigos de Marcelo

FONTE: O Estado de Minas, via Notimp

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