Acionamento involuntário do assento ejetável matou piloto de T-27

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Capitão da FAB morreu depois de ser ejetado para fora do Tucano ainda no solo

O caso do acionamento por engano ocorrido em uma aeronave PC-7 da Força Aérea da África do Sul nos faz relembrar uma história ocorrida aqui no Brasil, onde um assento ejetável de um Tucano da FAB foi acionado involuntariamente.

Mas no caso do acidente ocorrido no Brasil, a aeronave era tripulada por um experiente piloto da Força Aérea. O então capitão-aviador Ronaldo Rui Lobo César, natural do Pará, ingressou na AFA em março de 1974 e tinha mais de 2.000 horas de voo quando foi vítima de uma ejeção involuntária ainda no solo.

O capitão Lobo pertencia à Divisão de Ensaios em Voo do CTA (atual DCTA), onde atuava desde 1985 e sua promoção para major era esperada para os meses seguintes.

O capitão taxiava uma aeronave T-27 Tucano na pista de São José dos Campos por volta das 17:30h do dia 21 de julho de 1987. Surpreendentemente seu assento foi acionado, projetando-o para fora da aeronave. Por não ser um assento do tipo 0-0 (zero de velocidade e zero de altitude), não houve tempo suficiente para que o para-quedas fosse aberto.

Lobo sofreu fraturas diversas e graves ferimentos ao colidir com o solo. Atendido na Santa Casa de Misericórdia de São José dos Campos, Lobo não resistiu aos ferimentos e faleceu duas horas depois do acidente em função dos graves ferimentos.

O EMB-312 Tucano, na FAB T-27, possui dois assentos ejetáveis Martin-Baker modelo Mk8L. Estes assentos são mais simples, mais leves e mais baratos que os assentos tipo 0-0 dos caças de alta performance. O Mk8L não possui motor-foguete e depende de uma velocidade mínima de 60 nós para funcionar devidamente.

FOTO: AFA

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