F-5M e AT-26: o troar dos turbojatos sobre o Campo de Marte
As passagens do caçador do Pampa foram realizadas já próximo ao final do evento, pouco antes da apresentação da Esquadrilha da Fumaça (EDA). Mas outra aeronave que há vários anos não dava as caras no evento aéreo paulistano retornou à cena: pouco mais de uma hora antes da passagem do F-5M (FAB 4873), um AT-26 Xavante (FAB 4509), proveniente da Divisão de Ensaio em Voo (AEV) de São José dos Campos, também marcou presença, com o inconfundível silvo de seu Rolls-Royce Viper fazendo um contraponto com o troar mais forte dos General Electric J85 do “bicudo”.
É interessante notar que os Xavantes utilizados pelo AEV possuem sempre um “X” marcado no topo da deriva. Geralmente o AEV possui apenas um Xavante, mas de tempos em tempos a aeronave é trocada (matrículas diferentes). Porém, o “X” da questão está sempre lá.
Voltando ao F-5M, pode-se reparar na foto abaixo a formação de vórtices por sobre as asas, bem na região dos prolongamentos dos bordos de ataque (leading edge extension), no momento em que a aeronave inicia uma forte curva ascendente (clique na imagem para ampliar).
Esses prolongamentos, bem visíveis nos modelos “Echo”, foram incorporados para melhorar a “regra da área” da silhueta dos F-5 e, ao mesmo tempo, garantir melhor desempenho em ângulos de ataque mais elevados. Posteriormente, foram empregados na geração seguinte de caças norte-americanos, como o F-16 e o F-18. Nos modelos F-18 E/F Super Hornet, nos quais as extensões são ainda maiores.
O FAB 4873 é um dos exemplares usados adquiridos pela FAB na década de 1980. Ele pertenceu à USAF e era uma das aeronaves do esquadrão “Agressor”. É fácil notar a diferença exatamente pela ausência da barbatana dorsal na raiz da deriva. Ali, nos modelos adquiridos diretamente do fabricante, era o local de instalação do radiogoniômetro automático (ADF).
FOTOS: Poder Aéreo (Nunão e Poggio)