Brasileiro do Pentágono contesta opções de caças para o País
Marcos Chavarria – Porto Alegre
O país deve comprar 36 caças Rafale, da companhia francesa Dassault Aviation, que competem em uma licitação com os modelos Gripen NG, da empresa sueca Saab, e os F-18 Super Hornet, da americana Boeing. O Brasil também tem a intenção de adquirir 50 helicópteros e quatro submarinos, sendo um deles, possivelmente, de propulsão nuclear.
Para Raza, “a opções pelos submarinos é acertada, do ponto de vista estratégico. Quanto aos caças, não fico satisfeito com a opção francesa nos moldes oferecidos. Não quero dizer que não é uma boa aeronave, mas não gosto do modelo de gestão de tecnologia deles”.
A transferência de tecnologia é outro ponto importante defendido pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, que afirmou que o objetivo é fomentar uma “capacitação nacional” para o desenvolvimento.
“As discussões no Brasil ainda são sobre os equipamentos, que foi justamente o erro venezuelano. É um assunto emocionante, empolgante, mas é o que chamamos de ‘assunto de tenente’, que analisa se a asa do avião é maior ou menor, por exemplo. Não é isso. O debate principal é sobre a integração desses equipamentos em doutrinas, sistemas de comando e estratégias, e isso ainda foi pouco abordado”, defende Raza.
O caso da Venezuela, citado pelo especialista como exemplo de projeto mal conduzido, é o que os profissionais da área militar chamam de “booster frio” – uma injeção de recursos materiais que não altera em igual proporção a capacidade de combatência do país.
Segundo Raza, o investimento dos venezuelanos em armas acabou não se transformando em poder efetivo, além de ter aumentado o custo de manutenção dos novos equipamentos.
No entanto, o diretor do Cetris entende que o país está no caminho certo e não acha que possa haver um “booster frio” brasileiro. “Acredito que temos gente competente no País para fazer o projeto de força. O problema é que está muito demorado e já somos cobrados por isso. Estamos em um processo contratual, as Forças Armadas do Brasil estavam muito fracas em termos de equipamento. O material já era obsoleto, havia a necessidade de reciclagem”, diz Raza.
FONTE: Terra