Notícias do F-X2 na Câmara
A audiência pública sobre os planos de transferência de tecnologia no processo de aquisição de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), marcada para as 9h desta quarta-feira (14-10) no plenário 13 da Câmara, convidou as seguintes pessoas:
- os ministros da Defesa e da Ciência e Tecnologia,, Nelson Jobim e Sergio Rezende;
- o diretor-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado;
- o reitor da Universidade de Campinas (Unicamp), Fernando Ferreira Costa;
- o diretor da Dassault International do Brasil Ltda., Jean-Marc Merialdo;
- o diretor da Saab no Brasil, Bengt Janér;
- o vice-presidente da Boeing, Robert Gower; e
- o diretor-presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil, Walter Bartels.
Seguem informativos da Câmara sobre a audiência:
Boeing promete transferir tecnologia e montar caças no Brasil
O vice-presidente da Boeing, Robert Gower, disse há pouco que os EUA vão transferir toda tecnologia do caça F-18 Super Hornet para o Brasil, se o País resolver comprar os 36 caças reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB) da empresa americana. Concorrem com o Super Hornet, o Gripen, da sueca Saab, e o Rafale, da francesa Dassault. Segundo Gower, a aeronave da Boeing é mais moderna, econômica e segura das três.
O vice-presidente da empresa norte-americana participa de debate promovido pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática sobre a transferência de tecnologia no processo de compra dos aviões. A Boeing também prometeu transferir tecnologia para manutenção dos Super Hornet e montar os aviões no Brasil. As peças das aeronaves serão importadas.
A decisão norte-americana de transferir tecnologia é inédita. Desde o fim da 2ª Guerra Mundial, os EUA não transferiam tecnologia de nenhum equipamento militar em operação para outro país, no máximo ofereciam parceria para manutenção e uso. O congresso americano já aprovou a transferência de tecnologia. A Boeing também se comprometeu a construir um laboratório no Brasil para desenvolver tecnologia para construir aviões invisíveis a radares.
Empresa sueca diz que transferirá toda tecnologia pedida pelo País
O diretor da Saab no Brasil, Bengt Janér, disse há pouco que a empresa irá transferir toda a tecnologia pedida pela Aeronáutica e pela Embraer se o País optar por comprar os caças da Suécia. Além disso, todas as aeronaves que serão compradas pelo governo brasileiro serão produzidas inteiramente no País.
O Brasil pretende comprar 36 caças para reaparelhar a Força Aérea Brasileira (FAB) e avalia o Grippen, da Saab, o F-18 Super Hornet, da americana Boeing, e o Rafale, da francesa Dassault. Janér participa de debate promovido pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática para avaliar a tecnologia oferecida pelas interessadas.
A Saab oferece também parceria com empresas brasileiras para o desenvolvimento das aeronovaes suecas. Pela proposta de Janér, 80% da estrutura física de cada aeronovave será construída no Brasil, inclusive das que serão vendidas na Suécia. Além disso, toda parte eletrônica dessas aeronaves será produzida no Brasil.
Os softwares serão produzidos em conjunto pela Saab e pela Embraer, o que significa que a empresa brasileira poderá, depois, produzir esses softwares sem a presença da Saab. A empresa sueca também se comprometeu a instalar no país um laboratório de tecnologia supersônica e outro para desenvolver tecnologia eletrônica.
Tecnologia de caça francês não envolve outros países, diz Dassault
O diretor da Dassault International do Brasil Ltda., Jean-Marc Merialdo, informou hoje, em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia, que a França não necessitará de autorização de nenhum outro país para vender caças Rafale ao Brasil, pois domina toda a tecnologia para criação e evolução desses aviões.
O Brasil está negociando com a França a compra de 36 aviões de combate Rafale. Esse avião foi criado nos anos 80 para substituir sete aparelhos diferentes, entre eles o Mirage 2000 e o Super Etendard. O caça Grippen, da sueca Saab, e o F-18 Super Hornet, da americana Boeing, concorrem com o Rafale da Dassault. O governo brasileiro ainda não decidiu de quem comprará os aviões.
Merialdo disse ainda que o governo francês autorizou a Dassault a vender o Rafale e os sistemas de manutenção do avião com transferência de 100% da tecnologia.