Nesta quarta-feira, dia 14 de outubro, a UFMG fará o lançamento oficial da aeronave CEA-309 Mehari, projetada e construída pelo Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA) da universidade. Modelo inédito no país, o avião realizará o vôo de apresentação às 16 horas, no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), localizado no Aeroporto da Pampulha.

Capaz de realizar manobras ousadas como piruetas, loopings e rasantes, o Mehari é o primeiro avião brasileiro capaz de voar na classe “ilimitada”, a categoria mais elevada das competições de acrobacias aéreas – algo similar ao que a Fórmula 1 representa para as corridas automobilísticas.

O coordenador do projeto e professor de Engenharia Aeronáutica da UFMG, Paulo Iscold, explica que o Mehari foi projetado para executar manobras extremamente complexas, atingindo até 400º por segundo e 430 km/h. “É um protótipo desenvolvido para competir em nível internacional”, afirma.

A redução do custo operacional foi uma das idéias principais do Mehari. A utilização de um motor de quatro cilindros no lugar do de seis, tradicionalmente utilizado em aeronaves de categoria ilimitada, foi fundamental, chegando a reduzir quase 70% do valor. Além disso, a estrutura de fibra de carbono normalmente utilizada nesse tipo de avião foi substituída por outros materiais como aço-cromolibdênio e madeira frejó, reduzindo o custo sem prejudicar o desempenho.

O projeto
O desenvolvimento do Mehari teve início há aproximadamente seis anos, quando Iscold apresentou ao piloto de testes e financiador do projeto, Marcos Geraldi, a proposta de construir um avião de categoria ilimitada com o custo operacional da categoria intermediária.

Os estudos e testes com a aeronave contam também com a participação dos alunos do curso de Engenharia Mecânica da UFMG. Coordenados pelo professor Paulo Iscold e por outros membros do CEA, os alunos colaboram na concepção da aeronave realizando cálculos, fazendo desenhos e construindo sua estrutura.

Para Paulo, “a participação dos alunos é muito importante tanto para a formação acadêmica deles quanto para o desenvolvimento do projeto. Aqui, eles desenvolvem responsabilidade técnica, capacidade de administrar recursos e de trabalhar em equipe, senso de empreendedorismo e criatividade”.

FONTE: UAI

COLABOROU: João Augusto

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