Barreira do Inferno lançará 2 foguetes
Gabriela Freire
De acordo com o chefe da Divisão de Operações do CLBI, tenente coronel aviador Ricardo Rangel, a partir de 2010 as atividades na Barreira de Inferno voltam com força total. “A meta é desenvolver e capacitar as equipes. Só com isso poderemos nos preparar para lançamentos de veículos de grande porte”, disse. O CLBI espera que mais cinco lançamentos sejam realizados no CLBI, sendo um a cada dois meses, em média.
Esses eventos marcam o retorno das atividades da base em Natal, que passou por um período de cinco anos sem fazer lançamentos. O jejum só foi quebrado em 2007. “Essa paralisação foi resultado de corte de recursos e políticas de governos”, resumiu.
Além de lançamentos, o CLBI tem como funçao monitorar e rastrear veículos lançados no CLA e em outros centros de lançamento. “Em 2007 um veículo foi lançado no CLA e deu pane nos equipamentos. O experimento só foi salvo pela atividade de rastreamento realizada pelo CLBI, que gravou os seis minutos que o veículo esteve na microgravidade”, ressaltou o coordenador de Espaço do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Mauro Melo Dolinsky.
Vantagens
A escolha de Natal para sediar o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno seguiu requisitos como proximidade com o equador magnético, suporte logístico já existente, baixo índice pluviométrico, grande área de impacto (oceano) e condições de ventos predominantemente favoráveis. O centro levou esse nome devido às suas falésias avermelhadas. O inicio das atividades do CLBI, em 1965, ocorreu com o lançamento de um foguete de sondagem de fabricação norte-americana Nike Apache.
Atuando no lançamento de foguetes de sondagem e rastreio de engenhos espaciais, já foram realizados, no Centro, mais de 400 lançamentos, desde os pequenos foguetes de sondagem meteorológica do tipo Loki, até veículos de alta performance da classe Castor-Lance, de quatro estágios.
Programa
O investimento em atividades espaciais no Brasil trouxe benefícios dos mais diversos: pesquisas de novos medicamentos, materiais e equipamentos eletrônicos, cartografia com a utilização de satélite, imagens em tempo real da localização de queimadas e desmatamentos, e informações meteorológicas. Os foguetes são um pilar do programa espacial brasileiro, desde sua criação em 1961. Os foguetes que serão lançados de Natal vão levar experimentos em parcerias com universidades – inclusive a UFRN – e a Agência Espacial Brasileira a partir de 2010.
FONTE: Diário de Naval, via Notimp