… entre os leitores do site do “Globo”

Depois de oferecer dois caças pelo preço de um da concorrência , a empresa sueca Saab deverá ser a vencedora do acordo para a compra de 36 aviões pela Força Aérea Brasileira (FAB), na opinião de 37,20% dos mais de 3 mil leitores que responderam a uma enquete no site do GLOBO. As outras concorrentes, a francesa Dassault e a americana Boeing ficaram em segundo (29,03%) e terceiro lugar (16,31%), respectivamente. Para 17,47% dos internautas, porém, o presidente Lula ainda deve barganhar muito e comprar os jatos “quase de graça”, como ele mesmo disse .

” Já conseguiu 50% de desconto e o ministro achou ruim. Avião francês, só se for a Carla Bruni ”

Para o leitor Armíno Ariovisto, a proposta da Suécia, que chegou a ser ironizada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, deveria ser a vencedora da licitação. ( Leia também: Governo estende prazo até 2 de outubro para entrega de propostas de venda de caças )

“O Lula disse que iriam oferecer os caças de graça. Já conseguiu 50% de desconto e o ministro achou ruim. Avião francês, só se for a Carla Bruni…”

Os caças F-18 Super Hornet (Boeing); Gripen NG (Saab) e Rafale (Dassault) são os finalistas do programa F-X2, que selecionará o novo modelo de jato da FAB. O internauta Roberto Alves Missano opina, porém, que o modelo sueco não é o mais adequado para a FAB. Lula vem defendendo que os caças deverão, principalmente, proteger o petróleo do pré-sal.

” (O Gripen) não é o que o Brasil precisa e estaremos comprando gato por lebre. ”

“Existem caças e caças; de ataque ao solo, de interceptação, de defesa leve. O Gripen foi projetado para combater invasores por terra. Não é o que o Brasil precisa e estaremos comprando gato por lebre”, afirmou Missano.

A oferta da Suécia acirrou uma disputa que já parecia estar decidida. A divulgação de uma nota conjunta de Lula e do presidente francês, Nicolas Sarkozy , foi amplamente vista como uma vitória do caça francês na disputa.

“Não há mais do que se discutir, o Lula já decidiu a opção é o Rafale. Não é decisão política? Mesmo que dela resulte em grande prejuízo ao país, o presidente precisa manter a sua palavra, senão ainda fica mais desmoralizado”, declarou Edilson Bartolomeu.

A principal defesa em torno do Rafale é que a França garantiria a transferência de tecnologia com a venda. A leitora Maria Cecília Braga acredita que esta pode ser uma vantagem sobre os jatos suecos:

“Não adianta de nada jatos com metade do preço se não há transferência de tecnologia. Vamos continuar dependentes da tecnologia alheia. Salve Lula e sua posição firme e competente.”

” Se optarmos pela oferta americana, estamos optando pela tecnologia dominada e controlada pela maior potência mundial ”

Fontes do Departamento de Estado dos EUA, que acompanham a negociação da Boeing, afirmaram, no entanto, que em nenhuma das propostas haverá transferência irrestrita de tecnologia . O internauta Luiz Fernandes concorda:

“Esta história de ‘transferência de tecnologia’ e dependência dos EUA, já virou bravata. Nenhum país transferirá totalmente a tecnologia. Só um ignorante faria isso, para ter um prejuízo imenso no futuro. E quanto a dependência dos EUA, tanto o Rafale como o Gripen usam equipamentos americanos, que podem ser objeto de embargo militar. O motor do Gripen é o mesmo do F-18, fabricado sob licença pela Volvo!”

Já o internauta Bernardo de Moura Tebaldi acredita que um acordo com a americana Boeing seria desvantajoso:

“Gente, sejamos lógicos: se optarmos pela oferta americana, estamos optando pela tecnologia dominada e controlada pela maior potência mundial que por sua vez possui bases próximas às nossas fronteiras. Não seria muito lógico depender tecnologicamente justamente deles. Para tal acordo, a França é mais interessante do que os americanos.”

FONTE: O Globo

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