A escolha do caça para a FAB, denominado programa F-X e posteriormente requalificado como F-X2 se arrasta por mais de 15 anos.

A concorrência pelo futuro vetor da FAB, que acabou virando uma “novela”, está perto de um desfecho. Pelo menos é o que as autoridades nacionais dizem.

Baseado nos fracassos da concorrência anterior (F-X), o Comando da Aeronáutica aprendeu a lição e conduziu um novo processo transparente, mas sem expor demasiadamente a instituição.

A FAB avaliou e testou todas as três aeronaves finalistas. Os militares envolvidos no processo produziram seus relatórios e entregaram os mesmos aos seus superiores. Estes avaliaram as informações ali contidas e tomaram suas decisões, que gerou um documento único e comparativo entre as três propostas. Todas estas etapas possuíam um cronograma que foi rigidamente cumprido. O início ou a conclusão destas etapas também foram claramente anunciados pelo Comando da Aeronáutica através do seus serviço de relações públicas.

Tecnicamente não há mais o que ser feito pela FAB. O documento final está no Ministério da Defesa, atualmente comandado pelo Ministro Nelson Jobim.

Jobim não é necessariamente um civil com vínculos históricos com as Forças Armadas. E também não é um estudioso dos assuntos político-estratégicos dos país. Sua presença no MinDef está mais ligada a questões político-partidárias (é filiado ao PMDB).

No entanto, deve-se adimitir que Jobim, um homem inteligente e detentor de currículo respeitável, mesmo com pouco tempo de Ministério, aprendeu muito sobre assuntos relacionados à defesa.

O problema é que o ministro Jobim possui certas preferências, já anunciadas por ele mesmo, que podem interferir e deturpar a decisão final.

Jobim cometeu um erro político quando anunciou sua preferência pessoal. Na verdade, ele criou uma cilada para si mesmo. Se o vencedor for aquele de sua preferência, seus opositores dirão que este era um jogo de cartas marcadas e lobbies definidos. Por outro lado, a derrota da sua preferência pode gerar um vácuo político cujo governo como um todo pode ser arrastado para ele.

É importante lembrar que Jobim é e seguirá sendo ministro do governo por mais um tempo. Já o caça a ser escolhido voará pelos céus do Brasil por décadas. Preferências pessoais deveriam dar lugar a avaliações mais técnicas quando o assunto é estratégia de longo prazo.

FOTO: terra.com.br

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