ORDEM DO DIA

Desde tempos imemoriais, os teóricos da Guerra postulam que o êxito nos conflitos é reflexo direto do grau de conhecimento sobre o oponente que os líderes militares possuem. Por esse motivo, o bom comandante deve, sempre, conhecer para obter vantagem; conhecer, para não ser surpreendido.

Planejar sem informação é improdutivo; atacar o inimigo sem os dados de inteligência é uma temeridade. Hoje, a Força Aérea Brasileira celebra o dia da Aviação de Reconhecimento e homenageia aqueles que são os precursores em qualquer batalha aérea contemporânea.

Em 1867, durante a Guerra do Paraguai, o então General Duque de Caxias, empregou frágeis balões de ar quente para avaliar as posições fortificadas e colher valiosas informações sobre os meios de combate e dispositivos táticos do inimigo.

Com essa iniciativa pioneira, surgia uma das mais importantes missões da aviação militar: o Reconhecimento Aéreo.

Reconhecimento Aéreo é uma tarefa tipicamente militar, que tem o propósito de obter informações sobre as atividades inimigas e o ambiente operacional, a partir de plataformas aeroespaciais.

O Reconhecimento Aéreo tornou-se uma ferramenta essencial para o Emprego do Poder Aéreo, pois possibilita a produção de conhecimentos, que alimenta o processo decisório em todos os níveis da guerra.

O Reconhecimento Aéreo na FAB nasceu em 1947, com a ativação do 1°/10º Grupo de Aviação de Reconhecimento-Foto e expandiu suas atividades em 1956, com a criação do 6º Grupo de Aviação, constituído pelo 1º/6º Grupo de Aviação, dedicado à Busca e Salvamento, e o 2º/6º Grupo de Aviação, ao Reconhecimento Fotográfico.

Nessa época, aeronaves R-20, RB-25, A/B-26, B-17 e RC-130E contribuíram decisivamente para a implantação da Aviação de Reconhecimento na Força Aérea e ajudaram a escrever parte da história do Brasil, ao contribuir para o levantamento aerofotogramétrico de parcela significativa do nosso território.
Contudo, foi na década de 1970 que o Reconhecimento Aéreo experimentou um progresso de fundamental importância para a aviação militar brasileira.

Foi nessa época que surgiram as aeronaves RT-26 e R-95, adaptações feitas nos projetos Xavante e Bandeirante para atender às necessidades operacionais da missão de Reconhecimento Aéreo. Esses vetores e seus equipamentos proporcionaram enorme conhecimento técnico e permitiram um significativo salto doutrinário, lançando as bases para os anos vindouros.

O amadurecimento chegou com o RA-1, o R-35 e o R-99, equipados com máquinas fotográficas digitais, sensores eletrônicos e radares imageadores, aliados a avançados sistemas de navegação, que aumentaram a capacidade operacional da Força Aérea Brasileira, não apenas no campo de batalha, mas também na realização de suas atribuições subsidiárias.

O futuro do Reconhecimento Aéreo é promissor e empolgante. A incorporação dos modernos sensores DR-3000 às aeronaves do 1º/6º GAV e a inclusão dos equipamentos RECCELITE e LITENING ao 1º/10º GAV já são realidades bem tangíveis. Ademais, em breve tempo, serão criadas novas unidades aéreas para operar os veículos aéreos não tripulados, ora em desenvolvimento.

A implantação desses novos sistemas e vetores certamente acarretará grandes desafios para os homens que fazem a Aviação de Reconhecimento, mas também trará um extraordinário diferencial para a Força Aérea no contexto tático.

Audazes combatentes da Aviação de Reconhecimento, tenham a certeza que o Comando Geral de Operações Aéreas vislumbra um amanhã repleto de sucesso, quando disporemos, além da inquebrantável vontade de nossos homens, dos mais modernos meios para cumprir as nossas missões.

A Força Aérea Brasileira está convicta de que ontem, hoje e sempre, os Esquadrões Poker, Carcará e Guardião hão de ser os primeiros e os últimos no campo de batalha.

Exorto-os, pois, a ecoarem o lema que os motiva e aquece seus corações: “Da Pátria os Olhos, na Guerra e na Paz”.

Parabéns a Todos!

Ten Brig Ar JOÃO MANOEL SANDIM DE REZENDE
Comandante-Geral de Operações Aéreas

FONTE: COMGAR / FOTO: FAB

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