Unidades de três cidades (Buenos Aires, Reconquista e Paraná) e de uma província da Argentina participam da Operação Prata VI. São 110 mil militares, entre controladores, pilotos, comunicadores e comando. Oito aeronaves (5 IA-58 Pucará, 2 PA-28D Dakota e 1PA-34S Seneca) e um Helicóptero de salvamento são utilizadas nas atividades. Os modelos Púcaras têm cerca de 30 anos e foram usados na Guerra da Malvinas.

No aeroporto de Posadas, tripulação e passageiros dos Caravan brasileiros foram recebidos pelo Comandante da Operação na Argentina, Alberto Barati. Segundo ele, é frequente a presença de aviões que trafegam de forma irregular na área de fronteira do país.

Na Argentina não há legislação que permita a FAA ‘abater’ aeronaves nessas condições. O trabalho realizado é de interceptação e acompanhamento. Se o avião invasor se negar a pousar eles apenas anotam os dados da aeronave e repassam para agência de aviação do país.

A simulação

Na simulação, as aeronaves brasileiras são alvos, ou seja, voam deforma irregular e vão invadir o espaço aéreo da Argentina. Numa situação real, esse tipo de tráfego, como é chamado, geralmente é utilizado para tráfico de drogas. Segundo major Kabzas, “via de regra os aviões costumam se camuflar,voando em baixa altitude (50 mil metros[!!!!!!!!!]) se camuflando para não serem detectados pelos radares e usando rotas alternativas formando desvios para dificultar a localização.” Como se trata de um exercício, a altitude será normal, em torno de 3 mil metros. Mas os pilotos também vão tentar despistar. A velocidade é de 250km/h.

Durante o vôo (irregular), os ‘alvos’ são detectados pelos radares ainda em território brasileiro. Os controladores de tráfego aéreo do Cindacta II de Curitiba, repassam a informação para o radar móvel em Silveira Martins e depois para BASM. A interceptação aconteceria por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), ainda no Brasil, mas o piloto, major Rigon, ultrapassa a fronteira (às 13h) e ‘invade’ o espaço aéreo argentino. Os controladores brasileiros entram em contato com os controladores da Força Aérea Argentina (FAA) e avisam da aeronave que também deve ser percebida pelos radares do país vizinho. Os aviões entram na zona de interceptação – 50 milhas a contar da fronteira para dentro de cada país – e o transponder (aparelho que permite detecção da aeronave) é desligado. A ideia é aproximar ao máximo o exercício a uma situação real.

Às 13h25, FAA envia dois aviões IA-58 Pucarás para interceptar os ‘invasores’. Eles fazem a localização, aproximação, identificação (enviam dados da aeronave desconhecida para os controladores, que verificam possíveis irregulares no sistema nacional de aviação). O piloto argentino entra na frequência de comunicação, ressalta que o Caravan não está autorizado a voar naquele país, orienta e o acompanha até o pouso. O Caravan chega a Posadas às 13h45.

“Escolta” brasileira na volta a Santa Maria

Depois de 1h30 em solo argentino, os Caravan decolam rumo ao Brasil. Procedimento semelhante, só que desta vez são os A-29 Super Tucanos da FAB que fazem a interceptação assim que localizam a aeronave desconhecida em território brasileiro.

O piloto do Tucano chega a menos de dez metros de distância do Caravan. Às 17h25 os aviões retornam à BASM. O exercício de ontem da Operação foi considerado um sucesso.

Em uma situação real, os pilotos brasileiros poderiam até mesmo ‘abater’ o avião invasor caso ele se negasse a seguir as orientações. No dia 3 de junho, um avião da Bolívia foi detectado pelos radares voando no Brasil. Em Rondônia, ele foi interceptado, mas não seguiu a ordem de pousar e tentou retornar ao seu país. Depois de realizar todos os procedimentos, sem sucesso, o avião brasileiro disparou tiros de aviso. O piloto boliviano se assustou e pousou, mesmo assim, em local diferente do indicado. No avião foram encontrados170kg de pasta de cocaína.

FONTE: A Razão, via NOTIMP

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