Problema no software da ADIRU pode ter relação com a queda do AF 447
A Agência Europeia da Segurança Aérea (AESA) emitiu, em janeiro de 2009, a atualização de Diretiva de Aeronavegabilidade de Emergência (EAD) 2009-0012-E, após dois incidentes envolvendo aeronaves Airbus A330 e A340 da companhia australiana Qantas. O novo procedimento operacional pode ser acessado aqui.
Uma primeira EAD 2008-225-E tinha sido emitida em 18 de dezembro de 2008, após um comportamento anormal do Airbus A330-300 da Qantas, em 7 de outubro de 2008. Durante este evento, um defeito na ADIRU-1 tinha transmitido aleatoriamente dados falsos aos computadores de controle de voo, fazendo o avião entrar em mergulho repentino, enquanto estava em voo de cruzeiro.
A desconexão da ADIRU pela tripulação não impediu que a mesma continuasse a transmitir dados defeituosos para o sistema. A EAD emitida requeria que as tripulações verificassem se, após a desligamento da ADIRU, o sinal de OFF aparecia no painel. Em caso negativo, a ADIRU precisava ser desenergizada.
Um segundo incidente, ocorrido com outro Airbus da Qantas, em 27 de dezembro de 2008, conduziu à desconexão do piloto automático. A mais recente diretiva de emergência sugere, que mesmo tendo recebido a luz OFF para a ADIRU-1, esta continuou a fornecer dados defeituosos para o sistema.
O Airbus A330 possui 3 ADIRU, e cada uma tem dois componentes, o Air Data Reference (ADR) Computer – que colhe todas as informações provenientes dos tubos pitot, indicadores de AOA etc., e o componente Inercial Reference (IR). O ADR e o IR podem ser desligados ou desconectados separadamente, em caso de falha, pelo piloto.
FOTO: Airbus