PAK-FA – uma encruzilhada para os russos e para o mercado de caças de 5a geração
O caça de quinta geração da Rússia, conhecido com PAK-FA (Perspektivnyi Aviatsionnyi Kompleks Frontovoi Aviatsyi – algo como ) está se tornando um divisor de águas para o futuro da indústria aeroespacial russa.
A Rosoboronexport procura desesperadamente por novos parceiros internacionais no programa de desenvolvimento do avião. Além da Índia, a parceria para o desenvolvimento do projeto foi oferecida para a China também. Porém, o acordo com os chineses foi, extra-oficialmente, desfeito, pois os russos alegam que os chineses infringiram acordos de “copyright” nos caças previamente exportados.
Recentemente a Rússia ofereceu esta parceria para o Brasil. O Ministro da Defesa Nelson Jobim ficou de estudar o caso, embora os concorrentes russos do programa FX-2 já tenham sido excluídos da lista final.
Até o momento a Sukhoi, principal empresa do conglomerado envolvido no desenvolvimento do caça, já investiu perto de 115 milhões de dólares e o primeiro protótipo ainda não voou. O primeiro voo está marcado para agosto deste ano, mas pode adiado para 2010 exatamente pela ausência de recursos adequados.
Envolvida em custos consideráveis na área de pesquisa e desenvolvimento, a Rússia procura mais parceiros para diluir os valores e garantir compradores externos do seu projeto. Desta forma, o valor unitário para a Força Aérea da Rússia seria reduzido e mesma poderia adquirir um número maior de aeronaves.
O projeto da Rússia é implementar um modelo semelhante ao utilizado para o desenvolvimento do F-35, contando com várias indústrias em diferentes países.
Mas alguns fatores trabalham contra o projeto do PAK-FA. Um deles é o desespero das empresas que fabricam caças de quarta geração para vender seus aviões neste restrito mercado onde não faltam holofotes. Outro fator seria a desconfiança de algumas forças em relação à real capacidade do PAK-FA frente aos caças da geração 4+ e 5.
O projeto pode ser tecnicamente superior aos caças de quarta geração e possivelmente equivalente aos de quinta, mas o seu cronograma de desenvolvimento está muito atrasado em relação aos concorrentes do ocidente. As entregas dificilmente ocorrerão antes de 2017.
De qualquer forma, para o bem do mercado futuro de aeronaves de caça, é muito importante que o programa do PAKFA “decole”. Com o quase certo cancelamento do F-22A, o mercado de caças de quinta geração ficará restrito ao F-35 no curto e no médio prazo.
IMAGEM: planespictures.com/Josef Gatial