Compra pode chegar a 20 E-190

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) sancionou ontem (24/3) a decisão das áreas técnicas do governo de conceder um empréstimo de US$ 700 milhões à Aerolineas Argentinas, para compra de 20 aeronaves EMB 190 da Embraer.

O empréstimo já havia sido aprovado na instância técnica, o Comitê de Financiamento e Garantia às Exportações (Cofig), e a Camex autorizou, ontem, o uso do Fundo de Garantia de Exportações para o seguro do negócio entre a empresa estatal argentina e o BNDES, que concederá o financiamento para compra dos aviões. O negócio é uma das principais apostas da Embraer em suas operações no continente.

Como garantia adicional, a Camex decidiu que toda a operação será feita sob o Convênio de Crédito recíproco (CCR), mecanismo de compensação entre Bancos Centrais latino-americanos em que as autoridades monetárias de cada país garantem os pagamentos comprometidos.

Segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, os integrantes da Camex têm a expectativa de que, ao mesmo tempo em que permite à Aerolineas Argentinas a modernização da frota, o empréstimo ajude a proteger empregos na Embraer e entre seus fornecedores de equipamentos e insumos.

Segundo um ministro da Camex, porém, não há garantias de que o negócio sirva para proteger empregos, nem para comprometer a Embraer com algum tipo de garantia de manutenção dos postos de trabalho. O empréstimo terá prazo de 12 anos, e os pagamentos são insuficientes para fazer a companhia voltar atrás na recente demissão de 4,2 mil empregados.

Segundo Ivan Ramalho, o empréstimo à Argentina será concedido de forma a não extrapolar o limite fixado para as operações do BNDES com um só país. Técnicos do governo afirmavam, na semana passada, que a Argentina estaria bem próxima desse limite, o que não foi confirmado pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento. As garantias do CCR cobrem o governo contra qualquer risco de não pagamento, acredita ele.

A Embraer, que também negocia com o governo argentino a instalação de uma linha de fabricação de componentes aeronáuticos, aproveitando uma fábrica da Lockheed estatizada pelo governo argentino, acredita que a venda à Aerolíneas Argentinas é uma oportunidade de aproveitar o mercado do país para aeronaves de porte médio.

FONTE: Valor Econômico

FOTO: Aerolineas Argentinas

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