Nesta quarta-feira dia 18, durante uma visita a Washington, o Secretário da Defesa do Reino Inido, John Hutton, anunciou a aquisição dos três primeiros F-35 Lightning II do país. A compra das aeronaves stealth de quinta geração, as primeiras do tipo para a inglaterra, está sendo feita pelo Ministério da Defesa Britânico.  “O Joint Strike Fighter (JSF – caça conjunto de ataque) será uma parte essencial da nossa capacidade futura de combate aéreo. Adquirindo três aeronaves para testes, asseguraremos o acesso ao desenvolvimento do programa. Trabalhando ao lado de seus colegas dos EUA, nossos pilotos ganharão conhecimentos sem rival dessa impressionante aeronave e suas capacidades”, afirmou Hutton.

A aquisição dessas primeiras três aeronaves de teste é considerada uma demonstração do compromentimento da Grã-Bretanha com o projeto do JSF, que deverá substituir os Joint Force Harriers, operados em conjunto pela RAF (Força Aérea Britânica) e a RN (Marinha Real). O JSF é a aeronave escolhida para cumprir as funções do requerimento Joint Combat Aircraft do Ministério da Defesa Britânico, de modo a operar nos dois novos Navios Aeródromos da classe Queen Elizabeth. Assim, a aquisição dos três exemplares de teste permitirá aos britânicos dar um novo passo no desenvolvimento da capacidade de projeção de força das belonaves. Além dos porta-aviões, os F-35 britânicos, que serão da versão B, de emprego  STOVL (Short Take-Off and Vertical Landing – decolagem em pistas curtas e pouso vertical), operará também a partir de bases em terra, incorporando algumas vantagens importantes em relação aos atuais Harriers, como o voo supersônico, características furtivas (stealth), alcance e capacidade de sobrevivência maiores, além de poder utilizar armamento internamente, e não apenas externamente.

A Grã-Bretanha é o único parceiro de nível 1 dos Estados Unidos dentro da fase de Desenvolvimento e Demonstração de Sistemas (SDD) do programa JSF. Outros parceiros internacionais de níveis 2 e 3 são a Holanda, Itália, Dinamarca, Canadá, Noruega, Austrália e Turquia.  O contrato SDD foi assinado com a Lockheed Martin em outubro de 2001, representando um investimento total estimado em 41 bilhões de dólares, para o qual a Inglaterra está contribuindo, segundo a notícia veiculada pela RAF, com 2 bilhões de libras.

Há aproximadamente 100 empresas britânicas envolvidas no programa JSF, onde se destaca a participação da Rolls-Royce, parceira da GE no desenvolvimento do motor F136 e fornecedora do FAN que proporciona o empuxo vertical para a decolagem/pouso da aeronave. Destaca-se também a participação da BAE Systems que produz a seção de cauda da fuselagem, a Martin Baker com os assentos ejetáveis e outras companhias que fornecem materiais compostos.

…e preparam-se para comemorar os 40 anos da aeronave que o Lightning II irá substituir, o Harrier.

Para marcar o aniversário de 40 anos de emprego da aeronave na RAF – Royal Air Force / Força Aérea Britânica, os ingleses estão planejando dois dias de celebrações nas bases de Wittering e Cottesmore, nos dias 23 e 24 de julho deste ano. As comemorações incluirão um baile de gala para o qual serão convidados todos os que já pilotaram ou trabalharam na manutenção da frota de Harriers da RAF desde 1969.

A primeira versão do Harrier a entrar em operação na RAF, em plena Guerra Fria, foi a GR1 de 1969. De lá para cá, foram 40 anos de desenvolvimento e emprego operacional, os últimos cinco no Afeganistão, onde a aeronave vem operando em condições de temperatura acima de 45ºC, sem degradação da sua capacidade, segundo pilotos que operam hoje naquela zona de guerra. Com a versão GR5 surgiram as asas de maior envergadura, que dobraram a capacidade de combustível e de carga, além de melhorias no cockpit. A atual versão é a GR9, que é uma modernização da GR7, incorporando uma gama maior de armamentos, como as bombas guiadas Paveway IV (que podem ser carregadas em número de seis), além de upgrades nos sistemas de comunicação, de combate e avanços estruturais.

Atualmente, os pilotos são treinados para operar a partir de 26 diferentes superfícies na base da RAF de Wittering, o que inclui uma “ski-ramp” similar à encontrada nos convoos dos navios-aeródromos britânicos. Trata-se de um curso de dez meses e meio, e a RAF divulgou o caso de um piloto que foi declarado apto para o combate  apenas duas semanas e meia após o término do curso. Em uma ocasião recente no Afeganistão, em que um C-17 que saiu da pista bloqueando as operações de voo com sua cauda, apenas os Harriers puderam ser liberados para emprego na pista de Kandahar.

Mesmo assim, é planejada para breve a substituição dos Harriers na campanha do Afeganistão por aeronaves Tornado GR4, e daqui a dez anos espera-se que sejam totalmente retirados do serviço, dando lugar aos JSF (texto acima), quando o modelo deverá completar 50 anos de serviço na RAF e na RN.

Fonte e fotos: RAF

Nota do Blog: não deixe de clicar nos diversos links do texto desta matéria para acessar outros posts do Blog do Poder Aéreo e do Blog do Poder Naval sobre o F-35, o Harrier e os novos navios-aeródromos britânicos.

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