O presidente da Câmara de Évora, José Ernesto Oliveira, garantiu hoje ter a “confirmação” por parte da empresa brasileira de aeronáutica Embraer de que o projecto de Évora é “estratégico” e “está protegido” contra a crise económica.

A garantia foi transmitida pelo autarca alentejano após a celebração da escritura de compra de um terreno à Fundação Eugénio de Almeida, próximo do aeródromo da cidade, onde serão construídas duas fábricas da empresa brasileira.

Apesar de manifestar “receios” quanto às consequências da crise financeira e económica, José Ernesto Oliveira afirmou que a actual conjuntura económica “não deverá ser um obstáculo” à concretização do projecto da Embraer.

“Tenho obviamente receios, mas também tenho a confirmação por parte dos responsáveis da Embraer, aliás do próprio presidente, que o projecto de Évora, porque vem dar resposta a encomendas que a empresa já tem, estará, de certa forma, protegido da crise”, declarou.

Citando responsáveis da empresa de aeronáutica brasileira, José Ernesto Oliveira assegurou que o projecto de Évora é assumido como “estratégico” para a empresa.

“Há razões para termos esperança e para acreditarmos que é possível contrariar a crise, esse ambiente de desânimo e de interrogação, com a afirmação de uma certeza num projecto que traz esperança para a cidade de Évora e para o Alentejo”, salientou.

As fábricas da Embraer em Évora, uma de estruturas metálicas para a produção de aeronaves e outra para materiais compósitos, mais leves e mais resistentes, vão ocupar 30 hectares do futuro parque industrial aeronáutico da cidade.

Os contratos de investimento com a Embraer, aprovados pelo Governo Português em Setembro de 2008, estão avaliados em 170 milhões de euros e projectam a criação de 570 postos de trabalho.

“O alvo do comércio desta indústria processa-se à escala global e mundial e aqui já há compromissos assumidos pela Embraer com compradores que têm que ser respeitados pela empresa”, afirmou José Ernesto Oliveira, salientando que o grupo brasileiro “tem dado sinais da máxima urgência” em começar a produzir.

De acordo com o cronograma citado pelo autarca, a construção das fábricas da Embraer deverá arrancar na “Primavera/Verão” deste ano para que em 2010 possa começar a laborar.

“Esperamos que em 2010 a laboração das fábricas já seja uma realidade”, realçou.

Quanto aos terrenos adquiridos pela autarquia á Fundação Eugénio de Almeida para a criação do Parque de Indústria Aeronáutica, José Ernesto Oliveira disse que se trata de “um primeiro passo” para a concretização daquilo que é o projecto de instalação em Évora e dois “centros de excelência” para a fabricação de componentes para a industria aeronáutica.

“Temos já um loteamento aprovado, um conjunto de procedimentos, declaração de impacto ambiental e todos os outros instrumentos administrativos necessários para o licenciamento da instalação”, assegurou.

A aquisição do terreno à Fundação Eugénio de Almeida, de 107 hectares, custa cerca de seis milhões de euros, que irão ser pagos em cinco anos.

“O próximo passo é a venda de quatro lotes, já da Câmara Municipal, à Embraer, uma vez que a planta do loteamento está aprovada”, adiantou o autarca, garantindo que “o processo continua a andar normalmente”.

A Assembleia Municipal de Évora já aprovou a proposta camarária de venda dos quatro lotes à Embraer a 2,76 euros o metro quadrado.

O terreno adquirido pela autarquia vai ainda, segundo o autarca, possibilitar a instalação futura de outros investimentos ligados ao sector aeronáutico.

Os investimentos da Embraer em Portugal foram anunciados durante a última cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), na presença do Presidente do Brasil, Lula da Silva, e do primeiro-ministro, José Sócrates.

A Embraer é a segunda maior empresa exportadora do Brasil e, no seu sector de produção, já construiu mais de quatro mil aviões, que operam em cerca de 70 países de cinco continentes.

FONTE: RTP

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