Como o assunto em voga é a transferência de tecnologia, o comentário abaixo do nosso leitor Tailhooker merece destaque:

“Esse assunto de transferência de tecnologia está completamente distorcido. Assim como alguns já disseram, volto a dizer: Esse negócio de transferência de tecnologia é a maior falácia do mundo. E muita gente ainda se prende nessa ilusão. Ninguem transfere tecnologia, nem chinês, nem francês e nem americano !!! Não se iludam que os franceses vão passar os códigos fonte do radar AESA do RAFALE. Ele pode até passar, literalmente. Entregar na mão um volume de 1500 páginas com todos os códigos-fonte. Quem trabalha com alta tecnologia sabe o que estou falando. Se não se participou do desenvolvimento daquele código, pouco ou nenhum valor tem o volume contendo os códigos. Para uma transferência de tecnologia, é necessário estar capacitado a receber esta tecnologia e nosso País não tem condições de absorver muitas dessas tecnologias a bordo dessas aeronaves. Os franceses vão passar o volume, cumprir a claúsula contratual e vão morrer de rir. Até para fazer engenharia reversa, há a necessidade de se dominar algumas tecnologias. O que se negociará nesses off-sets do contrato é a transferência de tecnologias as quais estamos atrasados em pelo menos 50 anos, nada sensível e que possa representar uma ameaça, mercadologicamente falando. Citei o radar AESA, mas isso vale para uma infinidade de sistemas os quais não temos know how para produzir, coisas relativamente bobas que nós, surpreendentemente, ainda não dominamos, como aquisição e processamento de dados via sistema pitot-estatico.
Interessante é saber como fazem os israelenses: Os caras da Elbit realmente transferiram tecnologia para a Embraer no programa F-5Br, mas da seguinte forma: Elbit, estou precisando que traga os seus tecnicos para o Brasil para resolver um problema de integração do Radar com o computador de missão. Ok, embraer, parece que este defeito não estava no contrato. Eu posso mandar os técnicos para dar uma olhada, mas vai custar caro. Elbit, vamos negociar, não estava no contrato, mas seria de bom tom que vocês nos ajudasse, afinal somos e poderemos ser parceiros em outras ocasiões. Ok, Embraer, estamos indo…………… Passaram-se 3 meses e os prazos para entrega estão vencendo. Olá Embraer, como vão ? viemos resolver o problema. Ok Elbit,não precisa mais, nossos engenheiros conseguiram uma solução caseira e resolveram o problema. Ok embraer, tudo bem, brilhante, mas só relembro que não mais garanto mais nada, já que vocês dominaram a tecnologia……
E mais ou menos assim que acontece quando se negocia com tecnologias sensíveis. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

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