Zero: onze. Buffalo: zero.
Nas primeiras semanas de dezembro de 1941, há 67 anos, os Brewster Buffalo da Força Aérea Australiana (RAAF – Royal Australian Air Force) estavam sendo varridos do céu da Malásia pelos Mitsubishi A6M2 Zero da Marinha Japonesa. Uma das unidades da RAAF na área era o 453º Esquadrão, para o qual o jovem piloto australiano Gregory-Richmond Board havia sido designado meses antes, a tempo de presenciar o recebimento dos primeiros Buffalos pela unidade, após os aviões serem desencaixotados e montados no local.
Inicialmente, o esquadrão tinha a missão de proteger Singapura de esperados ataques japoneses, tarefa que, conforme instruções do Serviço de Inteligência, seria fácil: “eles nos contaram que os melhores caças japoneses eram velhos biplanos com revestimento de lona, que não teriam a menor chance contra os Buffalos“.
Nos primeiros dias da luta, a unidade partilhava o aeródromo de Sambawang, na Malásia, com o 21º Esquadrão da RAAF, cujas aeronaves são retratadas na foto abaixo. Em 10 de dezembro, conforme o relato de Board, o 21º “foi varrido do céu até o último homem. Subitamente compreendemos o que realmente representava para nós o Buffalo – um barril que os Zeros superavam em performance, em brusca ascensão, em armamento, em manobrabilidade e em tudo o mais que constava dos manuais de aviões de caça.”
Logo depois, chegou a vez dos Buffalos do 453º enfrentarem os Zeros partindo de Butterworth, para onde haviam sido destacados após a destruição do 21º:”É uma espécie de luta que não se esquece jamais”, murmurou Board, ao falar sobre o combate. “Os Zeros prostraram onze dos nossos treze Buffalos, que caíram em chamas dos céus. Um outro piloto e eu fomos os únicos a pousar os nossos aviões no aeródromo. ”
Fonte: CAIDIN, Martin. Chacina nos céus do extremo oriente. São Paulo: Flamboyant, 1968. pp. 285-294.