Tratado banindo bombas cluster é assinado
Dezenas de países começaram a assinar nesta quarta-feira um tratado banindo as bombas cluster (clicar na imagem para ver as sementinhas do mal em ação), também conhecidas como bombas de fragmentação. Os defensores da iniciativa esperam que a assinatura cause constrangimento para os EUA, Rússia, China e outros países não-signatários – entre eles o Brasil – e os leve a aposentar essas armas, denunciadas por mutilar e matar civis.
A Noruega, que lançou o movimento pela proibição das bombas cluster há 18 meses, foi o primeiro país a assinar o tratado, seguido por Laos e Líbano – ambos duramente atingidos por essas armas. Organizadores em Oslo informaram que 88 nações deveriam assinar o pacto nesta quarta-feira e cerca de 100 terão assinado até quinta-feira.
Quando lançadas, as bombas cluster se abrem e espalham dezenas ou centenas de submunições explosivas sobre áreas extensas. Algumas não explodem e permanecem no terreno durante anos, até que alguém – muitas vezes, uma criança – as encontre e as detone, como ocorre com as minas terrestres.
“Demoramos demais para proibir as bombas cluster. Gente demais perdeu os braços e as pernas”, afirmou o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, ao abrir a cerimônia de assinatura em Oslo.
Washington, Moscou e outros não-signatários argumentam que é legítimo usar bombas cluster para fins militares, como a defesa contra o avanço de tropas inimigas. No entanto, de acordo com o grupo Handicaop International, 98% das vítimas de bombas cluster são civis e 27% são crianças.
Os defensores da proibição dizem esperar que os países contrários à medida sintam-se constrangidos e parem de usar as armas – como muitos fizeram depois da assinatura do tratado que baniu as minas terrestres em 1997.
NOTA: Conheça o movimento de proibição das bombas cluster (em inglês)
FONTE: Veja Online