O presidente da Federação Russa, Dimitri Medvedev, assinará três acordos importantes em sua visita ao Brasil, que começa amanhã, no Rio de Janeiro. Segundo uma fonte da Secretaria Geral do Itamaraty, os três acordos abrangeriam a cooperação tecnológica, a proteção da propriedade intelectual e a segurança de informações. Eles complementariam um acordo-quadro de cooperação assinado em 15 de abril pelo ministro Unger e pelo secretário interino do Conselho de Segurança da Federação Russa, Valentin Alekseevitch.Além de ampliar a cooperação militar, os mecanismos diplomáticos vão favorecer o intercâmbio científico-tecnológico entre os dois países. Abrem, inclusive, a possibilidade de fabricação de um reator nuclear autoregenerador (fast breeder), que se alimenta de rejeito nuclear para gerar energia. A sobra, é um material de baixa radiatividade. Com isso, diminuiria a demanda por depósitos de lixo atômico se o programa de construção de 14 novas usinas, atualmente o Brasil tem duas em operação e uma em construção, for perseguido pelo Ministério de Minas e Energia.

A proposta inicial de cooperação na área nuclear foi feita ao Brasil ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso. De lá para cá, foi renovada inúmeras vezes até que, segundo fontes diplomáticas, foi aceita pelo ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, que visitou Moscou recentemente. Ele também teria interesse em parcerias nas áreas de foguetes e satélites de sensoriamento remoto e de navegação (a Rússia ofereceu seu sistema Glonass como opção ao GPS norte-americano).

Apesar disso, existe certa frustração de Moscou. A desclassificação do caça Sukhoi 35 do programa F-X2 de renovação da frota de combate da Força Aérea Brasileira (FAB) foi um duro golpe na relação entre os dois países. O avião, um dos mais avançados existentes, foi oferecido ao custo de 50 milhões de euros. Segundo a Aeronáutica, o pacote não incluiria transferência de tecnologia. Fontes russas e do Itamaraty, afirmam que o pacote, além de repassar tecnologia, garantia participação no programa de desenvolvimento de um avião de combate de quinta geração, o PAK-FA T-50, furtivo a radares.

Atualmente, o único modelo nessa classe em operação é o caça F-22 Raptor, fabricado pelos Estados Unidos (o mais caro do mundo, ao custo unitário de US$ 225 milhões). Um outro ponto refere-se a compra de 12 helicópteros de ataque Mil Mi35. O modelo foi selecionado em julho pelo Comando da Aeronáutica, mas o contrato ainda não foi assinado.

Fonte: Correio Braziliense (via sinopse diária MB), reportagem de Pedro Paulo Rezende

Fotos: Medvedev e Putin: Eurasia Daily Monitor ; Caças Sukhoi: Defensetalk.com

Nota: o título é licença poética do Blog.

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