F-X2: Boeing marca reunião com fornecedores brasileiros
Trechos de reportagem de Ana Paula Machado e Júlio Ottoboni, do jornal Gazeta Mercantil
Para se preparar para a licitação dos 36 caças militares promovida pelo governo brasileiro a Boeing iniciou as conversas com fornecedores nacionais para fabricação dos jatos F-18 Super Hornet. Segundo o vice-presidente do programa F-18 da Boeing, Bob Gower, hoje a empresa tem reunião marcada com 30 fornecedores brasileiros. “Já estamos estruturando uma rede de fornecedores, caso nossa proposta seja a escolhida no processo de licitação”, disse o executivo.
O processo brasileiro para a compra dos caças será feita pelo regime off set, onde haverá transferência de tecnologia e também obrigatoriedade de utilização de produtos e peças nacionais. “E uma grande oportunidade para trabalharmos com o Brasil sob o ponto de vista de mercado e também poder acessar a rede de fornecedores que há no país. Todo esse processo será alavancado para o benefício do Brasil. Nessa licitação temos que olhar três aspectos, o militar, em que acredito que nosso avião é um forte candidato, a relação entre governos e também a questão da indústria aeronáutica, se há empresas capacitadas para receber nossa tecnologia”, disse Gower. “Vai ser um processo político”.
A Boeing participará da licitação brasileira com o caça F-18 Super Hornet, e segundo Gower, as configurações do sistema operacional do avião já foram aprovadas pelo governo norte-americano. “Temos todo apoio do governo dos Estados Unidos para a venda dos caças para o Brasil. Já passamos pelo processo de aprovação da configuração dos jatos, já que teremos que transferir tecnologia. Somente a questão das armas que equiparão os jatos é que depende de aprovação do governo”, explicou. Segundo ele, o governo brasileiro publicará amanhã as especificações que deverá conter os jatos. “Queremos ter um cliente na América do Sul. Esta é a nossa meta”, disse Gower,
O governo brasileiro deverá comprar 36 jatos mas tem potencial para mais de 120. Está em jogo um contrato que, num primeiro momento, pode atingir um total de US$ 2,2 bilhões.
O fato de a indústria aeronáutica russa estar desenvolvendo um jato comercial na faixa dos 100 lugares, um futuro concorrente da Embraer, pesou contra a Sukhoi que está excluída do processo apesar de haver se aliado com a brasileira Avibras Indústria Aeroespacial. A Embraer também projetou a unidade de Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, para tocar seus grandes projetos militares.
Fonte: Gazeta Mercantil, via Notimp
Foto: Boeing