Comparar o Super Hornet F/A-18E/F com o Hornet F/A-18C/D, é como comparar o A-29 Super Tucano com o T-27 Tucano. São aviões apenas parecidos exteriormente, mas na verdade, são totalmente diferentes em capacidade e poder de fogo.

O Super Hornet entrou em serviço em 1999 na Marinha dos EUA, para substituir o F-14 Tomcat. Ele opera ao lado dos antigos Hornet.
Em 2007, a Real Força Aérea da Austrália também selecionou o Super Hornet para substituir os F-111.

O F/A-18E/F é uma variante maior e mais avançada do F/A-18C/D. O conceito original do avião surgiu na década de 1980, comercializado pela McDonnell Douglas como Hornet 2000.

Mais tarde, o avião foi oferecido à US Navy para preencher a lacuna produzida pelo cancelamento do avião de ataque stealth A-12 Avenger II e pelo NATF, que seria uma versão navalizada do F-22.

O Super Hornet foi encomendado pela US Navy em 1992, porque precisava também substituir os velhos F-14 Tomcat e complementar os Hornet, até a chegada do F-35.

Parecido, mas nem tanto

A Marinha conservou a designação de F/A-18 para ajudar a vender o programa ao Congresso, passando a idéia de um “derivativo” de baixo risco, embora o Super Hornet seja, na verdade, uma nova aeronave.

Ele é cerca de 20% maior, pesa vazio 3 toneladas a mais e, carregado, seu peso supera em 7 toneladas o do Hornet. Carrega 33% a mais de combustível, com alcance 41% superior e persistência em combate 50% maior.

O mais importante de tudo é que apesar das diferenças de performance, o Hornet e o Super Hornet compartilham muitas características de vôo, incluindo aviônicos, assentos de ejeção, armamentos, software de missão, procedimentos operacionais e de manutenção, barateando os custos.
A capacidade de sobrevivência é uma característica importante no projeto do Super Hornet.

A US Navy resolveu adotar uma abordagem equilibrada no quesito furtividade, não adotando um design totalmente stealth, mas em vez disso, seu design incorpora características stealth, capacidade de guerra eletrônica avançada, reduzida vulnerabilidade balísticas, o emprego de armas stand-off, e o uso de táticas inovadoras.

A seção reta radar do F/A-18E/F foi reduzida consideravelmente em alguns aspectos, principalmente a parte frontal e traseira, através do redesenho das entradas de ar do motor e do emprego de materiais que espalham a radiação para os lados.

Novo radar

Em termos de aviônica, o Super Hornet compartilha 90% dos sistemas do Hornet original, facilitando a manutenção. O grande diferencial porém fica por conta do radar APG-79, introduzido a partir de 2005.

O novo radar APG-79 é do tipo AESA (Electronically Scanned Array), que oferece diversas vantagens para o Super Hornet. Ele permite que as tripulações possam executar simultâneamente ações ar-ar e ar-terra,  e proporciona também maior qualidade de alta resolução no mapeamento de terreno.

O radar AESA também pode detectar alvos muito pequenos, tais como mísseis ar-ar se aproximando e é muito mais discreto que o radar anterior, podendo detectar um avião inimigo muitas vezes sem alertar seu sistema de alerta radar. Ele também pode ser usado para “jammear” radares inimigos.

O Super Hornet, ao contrário do Hornet anterior, pode ser equipado com um sistema de reabastecimento aéreo (ARS) ou “buddy store”, permitindo que ele amplie o alcance de outros caças.

Convertido para REVO, o Super Hornet leva um casulo sob a fuselagem com um reservatório de 1.200 litros e a mangueira, juntamente com quatro tanques externos de 1.800 litros sob as asas, totalizando  13 toneladas de combustível na aeronave.

O Super Hornet tem também a seu favor o fato de ser um projeto maduro, com farta linha logística e experiência de combate. Já foram produzidas mais de 350 aeronaves e ele deverá ser, por muito tempo ainda, o principal vetor da Marinha dos EUA.

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