Ressurreição do AMX?!
Nelson Jobim convoca Embraer para a “Operação AMX”
Está em gestação no Ministério da Defesa um projeto que, a um só tempo, combina a modernização da Força Aérea e o fortalecimento da Embraer no segmento militar. O ministro Nelson Jobim e o altocomando da Aeronáutica estão incitando a empresa de São José dos Campos a retomar a produção do AMX.
Trata-se do caça subsônico fabricado pela Embraer nas décadas de 1980 e 90 em parceria com as italianas Alenia e Aermacchi – a aeronave deixou de ser produzida há quase dez anos. A intenção de Nelson Jobim é embalar as negociações dentro de um projeto maior do governo, que envolva a concessão de financiamento público para a empreitada, leia-se um empréstimo do BNDES. Para aumentar a escala de fabricação do AMX e convencer a Embraer a embarcar na operação, o Ministério da Defesa não apenas se compromete a comprar parte expressiva da produção como atuar junto a outros governos da América do Sul com o objetivo de criar um mercado para a aeronave no Continente.
O Ministério da Defesa considera a ressurreição do AMX uma forma de amainar as pressões pelo reaparelhamento da Aeronáutica.
A retomada da produção seria um conveniente substituto do malfadado Projeto FX, leia-se a licitação internacional para a compra de aeronaves de defesa, operação postergada pelo governo desde os anos de FHC. A compra do AMX agrada ao alto-comando da Aeronáutica. Embora tenha uma autonomia de vôo inferior ao de um caça supersônico, o modelo é mais veloz e tem maior poder bélico do que o Super Tucano, atualmente usado pela Força Aérea no patrulhamento de fronteiras, sobretudo na Região Amazônica. Como se não bastassem as motivações técnicas, aos olhos de alguns setores mais conservadores da Força Aérea, o projeto será uma boa oportunidade de reaproximação com a Embraer. Determinados setores da Aeronáutica ainda nutrem um saudosismo da época em que a empresa de São José dos Campos era praticamente uma extensão das Forças Armadas.
FONTE: Relatório Reservado
NOTA DO EDITORES: Esse é o tipo de notícia que nos deixa assustados! O AMX, apesar de ter algumas qualidades, e de ter trazido muitos benefícios à FAB e à Embraer, é da época que avião de combate não era multifuncional. O projeto é da década de 80, submotorizado e não foi produzido totalmente pelo Brasil, pois a Embraer só fez cerca de 30% do avião. Os italianos nos repassariam os gabaritos?
Quando o AMX entrou em serviço na FAB, foi apelidado de F-32 por alguns pilotos, pois acreditava-se que seu preço era equivalente ao de dois F-16. Sempre houve reclamação de que o avião tem pouco motor, que produz muita fumaça e que foi entregue à FAB sem radar e sem canhão inicialmente. Seria bom que o Ministério da Defesa perguntasse aos pilotos de AMX da FAB, o que eles acham do avião, antes de qualquer decisão.